Vamos imaginar um cinema. Muitas pessoas adoram esse programa, poder assistir a um filme em uma confortável poltrona, ouvir os diálogos, ver os efeitos visuais. Torna-se até mesmo um divertimento trivial hoje em dia.
Mas exclua a visão. Como podemos aproveitar o filme sem o principal sentido que determina as imagens, as cores, formas, legendas para o nosso idioma? Agora coloque no mudo. Tem como assistir a película sem captar o que os atores estão falando, pensando? Coloque um pouco mais de dificuldade e crie obstáculos em sua ida até o assento. Degraus muito altos, poltronas pequenas sem conforto algum ou outras pessoas que estão sentadas no único lugar onde você pode se sentar.
Impossível, não acha? Pois esse é apenas um exemplo das inúmeras situações enfrentadas pelas pessoas com deficiência. Indivíduos com dificuldade ou insuficiência para enxergar, ouvir, falar, se movimentar com destreza sofrem diariamente com a falta de acessibilidade para poderem usufruir dos bens da sociedade. E respeitar cada deficiente e suas particularidades é reconhecer que eles possuem os mesmos direitos que todos os cidadãos.
Hoje (21) é Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Por isso, o IOM vai listar abaixo situações bem específicas para engajar a sociedade sobre uma realidade distante para uns, mas íntima para tantas outras.
Qual é o problema? Os deficientes visuais são privados das funções básicas do olho e do sistema visual, impossível de corrigir por lentes ou cirurgia. Pessoas que enxergam podem muito bem ler um livro ou utilizar um celular ou computador com muito pouca ou nenhuma limitação.
Como resolver? Um cego precisa de programas especiais para transliterar, ou seja, identificar um trecho escrito na tela do computador a partir de uma caixa de voz, ou terem acesso à cultura por meio de livros escritos em Braille (a escrita para cegos por elementos pontilhados). Para locomoção, existem os pisos táteis, que fornece sinalização adequada em auto-relevo.
Qual é o problema? Os deficientes auditivosse caracterizam pela perda parcial ou total da audição. Não conseguem compreender conversas apenas faladas ou escutar uma música, uma cena extremamente comum no ambiente urbano.
Como resolver? Para garantir essa oportunidade, os surdos podem assistir TV com a ajuda de legendas ou a presença de um intérprete de Libras, a língua dos surdos por meio de gestos, sinais manuais e expressões faciais.
Qual é o problema? Os deficientes físicos possuem dificuldade de locomoção – não conseguem adentrar em um prédio público se não for pelo elevador, pegar um transporte público sem adaptação, sequer ter acesso às suas casas em uma rua se não for projetada.
Como resolver? Espaços públicos precisam contar com portas largas e rampas para permitir o trânsito de cadeiras de rodas, vagas em estacionamentos próximas da entrada dos prédios, vias públicas com adaptações em calçadas, ônibus e em espaços comuns, como escolas e banheiros.
Mais soluções!
Em geral, existem iniciativas no mercado de trabalho voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência em empresas privadas através de vagas exclusivas; isso impulsiona o mercado, pois o Governo concede descontos tributários por essas contratações, estabelecendo a reserva de 2% a 5% das vagas de emprego para pessoas com deficiência ou usuários reabilitados pela Previdência Social nas empresas com 100 ou mais funcionários.
Outra iniciativa importante são as cotas: toda Universidade Federal já reserva 50% das vagas para cotas raciais e sociais; parte dessas vagas vai para os deficientes.
O Governo Federal garantiu o Decreto nº 5.296/2004, que regulamenta as Leis 10.048/2000 e 10.098/2000, com o intuito de dar prioridade de atendimento às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, e estabelecer normas e critérios para a promoção da acessibilidade.
Respeitar e reconhecer a luta da pessoa com deficiência é garantir que todos os direitos não sejam excluídos de nossa sociedade. É dar a essas pessoas o acesso aos mesmos bens e serviços disponíveis a todo cidadão brasileiro.