Unir a população e as unidades de saúde. Essa é a missão dos agentes comunitários de saúde, como o indígena Kapixaba Apalai, representante do Instituto Ovídio Machado que atende a aldeia Tapauku (PA) e celebra hoje (04) a valorização das suas atividades.
A profissão de agente comunitário de saúde (ACS) foi criada na década de 90 através do programa “Saúde da Família” implementado pelo Ministério da Saúde no Nordeste, em São Paulo e no Distrito Federal. A meta era combater a mortalidade infantil e estender o direito à saúde para todos os cidadãos. A partir de 1994, o Governo expandiu a ideia e passou a englobar outras regiões brasileiras, incluindo às comunidades tradicionais.
Em virtude do Dia do Agente Comunitário de Saúde, conheça mais sobre esse profissional e os seus principais campos de atuação.
Comunidade e saúde
Kapixaba Apalai atua como AIS, ou “agente indígena de saúde”, no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Amapá e Norte do Pará. Ele é um dos 4.263 profissionais que desempenham um papel fundamental na saúde indígena. Segundo a definição do Ministério da Saúde, eles “fortalecem o protagonismo indígena na organização e no desenvolvimento de ações inovadoras e adequadas aos mais variados contextos e comunidades”.
Para garantir melhor qualidade de vida a quem está em situação de vulnerabilidade social, o agente comunitário de saúde ajuda na ligação entre o Governo e as comunidades, se tornando na maior das vezes o principal acesso a programas de saúde e para moradores de áreas carentes ou mais afastadas. Ele realiza atividades de promoção ao bem-estar e prevenção de doenças por meio de visitas às residências das famílias ou em ações coletivas.
No primeiro contato com a família, o agente comunitário faz uma série de perguntas gerais e isolados sobre a rotina dos moradores, buscando identificar pontos sociais como a incidência de doenças graves entre os familiares, se há presença de dependentes químicos, entre outros.
Depois disso, o profissional passará a acompanhar a família e sua comunidade, conferindo de perto a realidade local, as dificuldades e traçando estratégias para a potencializar a qualidade de vida de todos.
Saúde mental e questões sociais
Kapixaba não lida apenas com a prevenção de doenças físicas. Os ACS e AIS têm atuação em situações de vulnerabilidade física ou psicológica das crianças, como em casos de abuso, trabalho infantil e a ausências na escola. As gestantes também ganham ênfase, pois é importância manter a saúde de mãe e bebê através do pré-natal.
Em casos extremos, o profissional pode recorrer ao suporte de uma equipe multidisciplinar e retornar na visita seguinte com outros profissionais, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e dentistas.
Segundo o Ministério da Saúde, ele ainda pode atuar em casos de:
- condições precárias de moradia;
- exclusão social;
- violência domiciliar;
- desemprego;
- uso de drogas;
- saneamento básico.
Requisitos para ser um agente comunitário de saúde
Para aderir à causa e promover as atividades relacionadas à função, basta ter completado o Ensino Fundamental, ser maior de 18 anos e ser aprovado num concurso público na esfera estadual ou municipal. É obrigatório ao agente residir em um período mínimo de dois anos na microárea onde pretende atuar.