A psoríase é uma doença que provoca lesões prolongadas no corpo, incômodos e, o pior: revela uma situação de preconceito com 125 milhões que sofrem isso na própria pele.
Por se tratar de uma doença estimada em afetar 1,31% da população brasileira (cinco milhões de cidadãos ao todo), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realiza todos os anos a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase, que visa combater a falta de informações sobre a doença, um dos principais problemas para o preconceito e ignorância da população.
A medida pega carona no Dia Internacional da Psoríase, surgido em 2004, a partir da união de várias organizações para tentar solucionar a problemática da doença, enquanto busca disseminar informações corretas sobre ela e empoderar os pacientes sobre como lidar a situação.
O que é a psoríase?
Ela é uma doença inflamatória crônica, considerada grave, mas que não apresenta risco de transmissão. Pode surgir em qualquer fase da vida, mais frequente antes dos 30 anos ou a partir dos 50 anos. Além disso, a psoríase é incurável, mas possui diversas formas de terapia de maneira a amenizar os efeitos destrutivos da progressão.
Os sintomas da psoríase são lesões cutâneas, descamações e áreas avermelhadas. Sua evolução causa feridas vermelhas e descamativas que causam coceira e aparecem, principalmente, nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Também é comum o acometimento das unhas, podendo levar ao descolamento, surgimento de manchas e outras deformidades.
Em geral, os tratamentos indicados pelos médicos são a fototerapia (exposição à radiação ultravioleta) e remédios imunomoduladores – nutrientes que atuam no sistema imunológico para fortalecer as defesas e o funcionamento do organismo. Cuidados específicos se dedicam a hidratação intensa do corpo, uso de pomadas a base de corticoide e medicação oral.
Por que precisamos nos atentar para a psoríase?
A SBD afirmou em pesquisa que a psoríase acomete mais indivíduos da região Sul (1,86%) e no Sudeste (1,88%), mais possivelmente por conta de menor irradiação solar e da maior ascendência europeia nessas regiões.
Deve-se levar em conta também os fatores genéticos no diagnóstico da doença: sua causa é multifatorial e cerca de 1/3 dos pacientes têm algum familiar com o problema, mas não é passado de pai para filho em todos os casos. Diversos fatores ambientais contribuem para o surgimento ou o agravamento da patologia, como estresse, tempo frio, uso de alguns medicamentos (antidepressivos e anti-inflamatórios, por exemplo), infecções, em especial a de garganta, tabagismo e consumo excessivo de álcool.
E justamente pela falta de abordagens mais precisas sobre a psoríase, ela acaba cercada de desinformações, elevando o preconceito em que encara a doença apenas pelo que se mostrar na pele. Os portadores são vítimas de comentários preconceituosos, e podem ser isolados dos grupos. Disseminar informação sobre a psoríase é a melhor maneira de combater o preconceito.