Com fé, esperança, consciência política e muita manifestação cultural. Dessa forma, representantes de comunidades indígenas do Distrito Sanitário Especial Indígena Ceará (DSEI) oficializaram nessa terça-feira (27/11) a abertura da Etapa Distrital da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI). Durante três dias, 306 delegados escolhidos a partir das 14 Etapas Locais realizadas no âmbito do DSEI Ceará, com mais de mil participantes de 24 municípios do Ceará e Piauí, vão debater e definir propostas oriundas da primeira fase da CNSI. O objetivo é aprimorar o que as comunidades decidiram e levar 70 proposições à Etapa Nacional da 6ª CNSI.

  Com o auditório lotado, a Etapa Distrital do DSEI Ceará começou com um preâmbulo do indígena Puranga Pituna Tenharã sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), publicada em 2002, e contou com as presenças dos representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Antônio Leopoldo Nogueira Neto, e do DSEI Ceará, Meire Fontes; do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Neto Pitaguary; do assessor do Controle Social Dourado Tapeba; da apoiadora técnica de atenção à saúde Lucinha Tremembé; do coordenador do Fórum de Presidentes do Condisi Erivelton Apurinã; de Denise Maria Novais Maia, representante do IMIP; Luís Augusto Maia, da Funai; Ceiça Pitaguary, da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará; e o cacique Henrique, do Movimento Indígena do Piauí.

  A abertura da Etapa Distrital também homenageou duas personalidades do mundo indígena, consideradas “grandes militantes e defensoras” dos direitos dos povos originários. Raimunda Rodrigues Teixeira, de 74 anos, mãe de oito filhos, avó de 38 netos, bisavó de 35 bisnetos e tataravó de nove tataranetos foi a primeira homenageada. Liderança tradicional e pajé do povo Tapeba, dona Raimunda Tapeba é “detentora de conhecimentos tradicionais do artesanato, pesca, medicina tradicional e espiritualidade indígena”. Ela recebeu um certificado como reconhecimento de sua importância na participação do SasiSus.

  A outra homenageada foi a senhora Maria Amélia Leite, de 88 anos, missionária e indigenista que “dedicou grande parte de sua vida à defesa e à promoção dos direitos dos povos indígenas”. Foi a partir do Ceará que dona Maria intensificou sua atuação missionária e indigenista, com as etnias Tremembé e Kanindé, mas seu trabalho percorreu o país. Maria Amélia Leita fundou a Associação Missão Tremembé. Ela também foi agraciada com um certificado de reconhecimento pelo seu trabalho em prol dos povos originários.

  Até sexta-feira, sete grupos de trabalho, formados pelos 306 delegados, estarão dedicados à compilar todas as propostas que foram definidas nas 14 Etapas Locais. Em maio de 2019, a Etapa Nacional da 6ª CNSI concluirá todo o processo de discussões em torno dos sete Eixos Temáticos propostos: Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde; Modelo de atenção e organização dos serviços de saúde; Recursos humanos e gestão de pessoal em contexto intercultural; Infraestrutura e saneamento; Financiamento; Determinantes social de saúde; e Controle social e gestão participativa.

Comunicação SESAI
Atendimento à imprensa: (61) 3315.3580

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: http://portalms.saude.gov.br/noticias/sesai/44823-dsei-ceara-da-inicio-a-etapa-distrital-da-6-conferencia-nacional-de-saude-indigena

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *