Encontro da ONU em Katowice é momento crítico para dar vida ao Acordo de Paris e estabelecer as regras e ferramentas para acelerar a ação climática global
São Paulo – Três anos após a criação do histórico Acordo de Paris, de combate às mudanças climáticas, representantes de mais de 195 países se reúnem em Katowice, na Polônia, para mais uma rodada de negociações da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP24, que ocorre de 03 a 14 de dezembro. O encontro é visto por muitos como a mais importante negociação climática desde 2015, quando o marco de Paris foi adotado na COP21.
No centro da reunião está a definição de estratégias para transformar em realidade a visão de futuro zero carbono do Acordo de Paris e atingir a meta de limitar o aquecimento do Planeta a no máximo 2 graus Celsius (ºC) até o final do século, acima do níveis pré-industriais, ou no cenário ideal, a 1,5 ºC, a fim de evitar alguns dos piores impactos de um planeta aquecido, como os trágicos incêndios florestais na Califórnia, secas e enchentes severas, tufões e furacões violentos no Pacífico, entre outos fenômenos climáticos furiosos.
Na prática, os compromissos palpáveis assumidos até hoje pelos países signatários do Acordo não dão conta do desafio e empurram os termômetros para uma alta de, no mínimo, três graus Celsius até o final do século, segundo o relatório Emissions Gap Report, lançado no último dia 27, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O relatório constatou que em 2017 as emissões totais anuais de gases do efeito estufa atingiram o recorde de 53,5 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e), após três anos de emissões estáveis. Limitar o aquecimento a 2ºC exigirá que o países tripliquem seus esforços de combate ao aquecimento global até 2030, ou quintupliquem as ações para garantir um aumento da temperatura abaixo de 1,5° C, conforme prevê o Acordo de Paris
“Somos a última geração que pode fazer algo a respeito”