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Mariana Barros com o prêmio que recebeu do Ministério da Educação (Foto: Dominik Giusti/Diário do Pará)
Professoras paraenses têm se destacado nacionalmente com propostas inovadoras para educação, em todas as suas fases. São iniciativas que contornam as dificuldades de falta de estímulo e estrutura da rede pública, seja estadual ou municipal, e que mostram o potencial criativo dos docentes na área pedagógica e que têm surtido efeitos positivos nos alunos.
A partir do desafio de pensar propostas pedagógicas que atenuassem a separação momentânea entre os pais e os bebês de um ano e três meses até dois anos, que frequentam a turma de Berçário II, a professora Adriane Gisele Sá Menezes reorganizou os espaços da Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) de Santana, de Santarém, no oeste do estado. O quarto de descanso, por exemplo, foi adaptado com a retirada dos berços.
BERÇÁRIO
As ideias da professora e outras ações acabaram se transformando no projeto “Bebês em movimento: brincadeiras e descobertas no berçário”, que recebeu o prêmio regional Norte na categoria creche na 11ª edição do Prêmio Professores do Brasil, do Ministério da Educação (MEC). Adriane percebeu que a disposição dos elementos dos quatro espaços do berçário – sala principal, sala de repouso, fraldário e quintal – poderia ser melhor aproveitada.
“Foi um desafio quando percebemos que não tínhamos planejamento para essas crianças e para atender esses bebês. Nos preocupamos em pensar como desenvolver autonomia deles e diminuir os transtornos entre bebês e famílias. Foi quando começamos a implantar os cantinhos pedagógicos e temáticos, para chamar atenção da criança e fazê-la evoluir em aspectos motores, sociais e emocionais”, explica Adriane.
No total, são 30 crianças atendidas na unidade, incluindo posteriormente as de dois a três anos. “Acredito que o espaço destinado às crianças pequenas é um dos aspectos mais importantes no atendimento dessa faixa etária e, por isso, favorecemos o estímulo de interações e a construção de conhecimentos”, explica a professora, que usou materiais como garrafas pet, caixas de papelão e papel cortado para fazer as atividades infantis.
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Professora ressignificou as aulas de Educação Física com materiais descartáveis (Foto: Divulgação)
Espaço de Educação Física foi readaptado
Já a professora Mariana Silva Barros, da escola municipal de ensino fundamental Mariana Leão Dias, de Tucuruí, no sudeste do estado, também não cruzou os braços e diante de dificuldades para ensinar educação física às crianças, resolveu usar materiais alternativos no ensino de atletismo. A ideia surgiu quando a quadra da escola entrou em reforma e ela se viu sem a sua “sala de aula”.
Pratos descartáveis, cabos de vassoura, pneus e varas de bambu, por exemplo, serviram para ensinar arremesso de disco, corrida com bastão, salto em altura, salto em distância. Com isso, ela passou a fazer o projeto “Democratizar o ensino do atletismo na escola: procedimentos alternativos para a sua aplicabilidade”, também premiado pelo MEC, na temática especial “Esporte como estratégia de aprendizagem”, da categoria Ensino Fundamental – Anos Iniciais: 4º e 5º anos.
“Chega um momento que a gente se sente no compromisso de fazer alguma coisa, mesmo sem estrutura. As crianças esperam por esse momento, anseiam pela aula de educação física. É um trabalho humilde, mas com significado pedagógico”, disse Mariana. O apoiador desta categoria foi o Instituto Península, criado exclusivamente para dedicar ações de apoio aos professores brasileiros, de diversas maneiras. “Acreditamos que o esporte ajuda no desenvolvimento dos alunos para o desenvolvimento de habilidades dentro e fora da escola. A professora Mariana superou todas as dificuldades e usou amor e criatividade para incluir todas as crianças as práticas esportivas merecem nosso respeito e reconhecimento ”, disse Heloisa Morel, diretora do instituto.
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Bebês recebem novos estímulos em berçário de Santarém (Foto: Divulgação)